VELHICE Eri Paiva Já fui moço no passado! Nele vivi, Felizes e bons anos deste meu viver; Brinquei, me apaixonei, amei, sorri, Sonhei sonhos difíceis de esquecer! Olho lá atrás, nas minhas lembranças E reconheço hoje o quanto desperdicei Em tempo, em energia, inteligência, E até mesmo nos sonhos que sonhei. Mas aprendi e o que hoje sei e sou É o resultado das escolhas que eu fiz! Se estraguei ou bem usei o meu tempo, As consequências, o meu corpo, diz. Vai longe, muito longe, a minha idade. Alcancei, o que poucos querem, a velhice, Neste estado decrépito, de caducidade, Para muitos, é como se eu não existisse. Falta-me o olhar tão amoroso de antes, A atenção dos jovens, o beijo das crianças, O bom dia, a bênção, o sorriso franco, Também a amizade e o papo da vizinhança. A indiferença dói, em qualquer estado, Na velhice, porém, parece, bem mais, doer! Nestas alturas, não tenho mais vaidade, Nem as defesas de antes para me defender. As forças me faltam e meus movimentos, Agora lentos, já não me obedecem mais. Não tenho porque correr contra o tempo Que a cada dia se me torna mais fugaz. Sinto necessidade dos meus filhos perto, Eu os gerei para suas conquistas e vitórias. Mas, quero ainda dizer-lhes que, por certo, Mais vale a paz que o que se acumula agora! A vida é mais que isto! Creiam filhos meus! A nossa colheita é o que fizemos por aqui... Se boa ou má, só quem nos julga é Deus, Do seu julgar, cada um será ou não, feliz. Natal/RN - Em 02. 10. 2014 Eri Paiva
Enviado por Eri Paiva em 11/10/2014
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